terça-feira, 12 de fevereiro de 2013

O SOFRIMENTO DOS APÓSTOLOS DE JESUS CRISTO

       Vivemos cercados de pregações que disseminam um evangelho pragmático que afirma intempestivamente que o cristão tem que obter sucesso em tudo o que intente fazer. O verdadeiro cristão, aquele que tem fé, deve ser a versão moderna do lendário Rei Midas que transformava em ouro tudo o que tocava, literalmente!
O cristão moderno é ensinado que o seu objetivo é a glória e o reino deste mundo, ou seja, aquilo que foi oferecido por Satanás a Jesus por ocasião da tentação no deserto (Mt 4.8-10). Para isso deve alcançar prosperidade financeira e saúde física para usufruir dos seus bens materiais. Não pode (a menos que não tenha fé suficiente para sair desta situação) passar ou permanecer em tribulação.
Esse tipo de ensinamento coloca TODOS OS APÓSTOLOS DE JESUS numa situação classificada obrigatoriamente como FRACASSADOS, já que, na sua visão, Jesus teria sofrido como um fracassado na cruz, para que nós, por seu intermédio, pudéssemos desfrutar de uma “vida vitoriosa”. Mas essa “vida vitoriosa” não foi desfrutada nem mesmo pelos apóstolos de Jesus. Pior: por esse ponto de vista a sua vida ministerial e pessoal, foi um fracasso total. Vejamos:
  • PAULO, considerado apóstolo do gentios por causa da sua grande obra missionária nos países gentílicos, foi decapitado em Roma por ordem de Nero;
  • MATIAS, que ficou no lugar de Judas Iscariotes, foi martirizado na Etiópia;
  • SIMÃO, o zelote, foi crucificado;
  • JUDAS TADEU morreu como mártir pregando o evangelho na Síria e na Pérsia;
  • TIAGO (o mais jovem), pregou na Palestina e no Egito, sendo crucificado;
  • MATEUS morreu como mártir na Etiópia;
  • TOMÉ pregou na Pérsia e na Índia, sendo martirizado perto de Madras, no monte de São Tomé;
  • BARTOLOMEU serviu como missionário na Armênia, sendo espancado até a morte;
  • FILIPE pregou na Frígia e morreu como mártir em Hierápolis;
  • ANDRÉ pregou na Grécia e Ásia Menor. Foi crucificado;
  • TIAGO (o mais velho) pregou em Jerusalém e na Judéia. Foi decapitado por Herodes;
  • SIMÃO PEDRO pregou entre os judeus chegando até a Babilônia, esteve em Roma, onde foi crucificado com a cabeça para baixo; 
  • JOÃO foi o único que não morreu martirizado, nem por isso teve vida mais fácil que os demais apóstolos: foi exilado na inóspita ilha de Patmos, onde sofreutorturas horríveis, mesmo escrevendo as últimas profecias para a humanidade. Obteve, após muito sofrimento, a liberdade e morreu de morte natural.

Segundo a visão neopentecostal, que já permeia igrejas antes tradicionais, esses foram homens fracassados em sua missão como cristãos aqui no mundo, pois não obtiveram riquezas pregando o evangelho, e sofreram demasiadamente, a ponto de serem mortos por amor á missão e aos homens.
Afinal, o que houve de errado com os apóstolos? E os lemas "Pare de sofrer"; "Vida vitoriosa para você";
O neopentecostalismo tem que rever os seus conceitos de “prosperidade” e de “vida vitoriosa” ou procurar adaptar respostas para estas perguntas:
  • Cristo não sofreu por eles na cruz (Cl 2.14)?
  • Prosperidade e riquezas haveria em suas casas (Sl 112.3)?
  • Por suas pisaduras os apóstolos também não seriam sarados (Is 53.5; 1Pe 2,24)?
  • Eles também não eram, em Cristo, mais que vencedores (Rm 8,37)?
  • Semearam pouco e por isso, pouco ceifaram (2Co 9,6)?
  • Eles não podiam todas as coisas naquele que os fortalecia (Fp 4,13)?
  • Deixaram de “dizimar” e fazer prova de Deus para receber bênçãos sem medida (Ml 3,10)?
  • Não eram como árvore plantada junto a ribeiros de água, e tudo o que faziam prosperaria (Sl 1,3)?
  • Cristo não veio para que eles tivessem vida, e vida em abundância (Jo 10,10)? 
  • Eles não prosseguiram para o alvo, pelo prêmio da sua soberana vocação (Fp 3.14)?
Isso demontra como esses versículos são retirados do seu contexto e arremessados em direção aos incautos. Não quero pregar uma teologia da miséria e do sofrimento, porém, quero demonstrar que é enganoso pregar um evangelho isento de sofrimentos para os justos e repleto de bênçãos para ofertantes financeiros. Pobreza, enfermidades e aflições podem, muito bem, fazer parte da vida de um cristão justo e fiel. Riqueza não é sinônimo de bênção e nem pobreza é maldição. O cristão deve saber viver bem em ambas as condições, confiando em Cristo acima de todas as dádivas e além de todas as aflições:
"E chamando a si a multidão, com os seus discípulos, disse-lhes: Se alguém quiser vir após mim, negue-se a si mesmo, e tome a sua cruz, e siga-me" (Mc 8.34).
"Se esperamos em Cristo só nesta vida, somos os mais miseráveis de todos os homens" (1Co 15.19).
"Por isso sinto prazer nas fraquezas, nas injúrias, nas necessidades, nas perseguições, nas angústias por amor de Cristo. Porque quando estou fraco então sou forte" (2Co 12.10).
“Sei estar abatido, e sei também ter abundância; em toda a maneira, e em todas as coisas estou instruído, tanto a ter fartura, como a ter fome; tanto a ter abundância, como a padecer necessidade” (Fp 4.12).
Não ajunteis tesouros na terra, onde a traça e a ferrugem tudo consomem, e onde os ladrões minam e roubam; Mas ajuntai tesouros no céu, onde nem a traça nem a ferrugem consomem, e onde os ladrões não minam nem roubam. Porque onde estiver o vosso tesouro, aí estará também o vosso coração” (Mt 6.19,21).
Ninguém pode servir a dois senhores; porque ou há de odiar um e amar o outro, ou se dedicará a um e desprezará o outro. Não podeis servir a Deus e a Mamom. Por isso vos digo: Não andeis cuidadosos quanto à vossa vida, pelo que haveis de comer ou pelo que haveis de beber; nem quanto ao vosso corpo, pelo que haveis de vestir. Não é a vida mais do que o mantimento, e o corpo mais do que o vestuário? (Mt 6.24,25).
E disse-lhes: Acautelai-vos e guardai-vos da avareza; porque a vida de qualquer não consiste na abundância do que possui” (Lc 12.15).
Vendei o que tendes, e dai esmolas. Fazei para vós bolsas que não se envelheçam; tesouro nos céus que nunca acabe, aonde não chega ladrão e a traça não rói. Porque, onde estiver o vosso tesouro, ali estará também o vosso coração”(Lc 12.33,34).
Assim, pois, qualquer de vós, que não renuncia a tudo quanto tem, não pode ser meu discípulo”(Lc 14.33).
É mais fácil passar um camelo pelo fundo de uma agulha, do que entrar um rico no reino de Deus” (Mc 10.25).
"Tenho-vos dito isto, para que em mim tenhais paz; no mundo tereis aflições, mas tende bom ânimo, eu venci o mundo" (Jo 16.33).
“Porque nada trouxemos para este mundo, e manifesto é que nada podemos levar dele. Tendo, porém, sustento, e com que nos cobrirmos, estejamos com isso contentesMas os que querem ser ricos caem em tentação, e em laço, e em muitas concupiscências loucas e nocivas, que submergem os homens na perdição e ruína. Porque o amor ao dinheiro é a raiz de toda a espécie de males; e nessa cobiça alguns se desviaram da fé, e se traspassaram a si mesmos com muitas dores. Mas tu, ó homem de Deus, foge destas coisas, e segue a justiça, a piedade, a fé, o amor, a paciência, a mansidão” (1Tm 6.7-11).
“Que façam bem, enriqueçam em boas obras, repartam de boa mente, e sejam comunicáveis; que entesourem para si mesmos um bom fundamento para o futuro, para que possam alcançar a vida eterna” (1Tm 6.18).
“Porque o reino de Deus não é comida nem bebida, mas justiça, e paz, e alegria no Espírito Santo." (Rm 14.17).
“Sejam vossos costumes sem avareza, contentando-vos com o que tendes; porque ele disse: Não te deixarei, nem te desampararei” (Hb 13.5).

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

FIM DOS TEMPOS




Apesar dos surpreendentes e espantosos acontecimentos experimentados nestes dias, o maior de todos os sinais do fim dos tempos - e, contudo, o menos enfatizado - é o retorno do povo judeu à Terra Prometida e a fundação do Estado de Israel.
O testemunho de Charles Spurgeon
É necessário olharmos mais meticulosamente para o restabelecimento dessa nação à luz das profecias.
No decorrer do tempo, foi pequeno o número de servos do Senhor que O seguiram de todo o coração e aos quais foi dada a capacidade de reconhecer os acontecimentos futuros.
Charles Spurgeon foi uma dessas pessoas. Antes de Israel voltar a tornar-se uma nação, quando aparentemente era impossível que os judeus retornassem para a Terra Prometida, Spurgeon ensinou que isso aconteceria, exatamente como se lê em Ezequiel 36 e 37:
O significado desse texto bíblico, conforme o contexto revela, é muito evidente. Diante do significado dessas passagens, haverá primeiro uma restauração política dos judeus em sua própria terra e um retorno à sua própria identidade nacional. Em segundo lugar, existe no texto e em seu contexto uma declaração muito clara de que haverá uma restauração espiritual, uma real conversão das tribos de Israel ao Senhor.
Eles haverão de gozar de uma prosperidade nacional que os tornará famosos; mais ainda, serão tão gloriosos que Egito, Tiro, Grécia e Roma esquecerão sua própria glória à luz do grande esplendor do trono de Davi. Se as palavras têm significado real, este deve ser o sentido desse capítulo.
Eu jamais quero aprender a arte de distorcer o significado que Deus atribuiu às Suas próprias palavras. Se a Bíblia diz algo de maneira clara e cristalina, então é isso mesmo que devemos entender. O sentido literal e o significado dessa passagem - que não podem ser negados nem espiritualizados -, deixam claro para nós que tanto as duas quanto as dez tribos de Israel serão restauradas em sua própria terra, e que um rei governará sobre elas.
O anelo de Israel pela paz
Analisemos o desenvolvimento progressivo que está acontecendo e que conduzirá Israel a uma união com a "nova ordem mundial" dominada pela Europa. Apesar dos constantes conflitos, vemos Israel procurando a paz com seus inimigos, não por terem adotado uma nova filosofia que os faz amar uns aos outros, mas pelo anseio por uma paz negociada.Muitos em Israel estão fascinados com a possibilidade de viver em paz com seus vizinhos árabes. Eles acham que essa paz realmente poderá ser alcançada. Mas a Bíblia diz: "Quando andarem dizendo: Paz e segurança, eis que lhes sobrevirá repentina destruição, como vêm as dores de parto à que está para dar à luz; e de nenhum modo escaparão" (1 Ts 5.3).
Israel: o objeto da profecia
Fazemos bem em compreender que os sinais do final dos tempos dados pelo Senhor são especificamente direcionados a Israel. Quando Jesus explicou os eventos dos tempos finais a Seus discípulos juntamente com os sinais que aconteceriam antes de Sua volta, Ele endereçou essas palavras ao povo de Israel.
Temos duas características muito claras mencionadas em Mateus 24, que identificam esse povo:
1. "Então, os que estiverem na Judéia fujam para os montes" (v. 16). Isto é uma referência geográfica, e não diz respeito à Igreja de Jesus Cristo. Se vivemos nos Estados Unidos, no Canadá, na Europa, ou em outras partes do mundo, não somos conclamados a fugir para as montanhas da Judéia, pois as palavras foram dirigidas aos "que estiverem na Judéia"
2. Além disso, Jesus está mencionando um motivo de oração: "Orai para que a vossa fuga não se dê no inverno, nem no sábado" (Mt 24.20). O sábado foi dado apenas aos judeus. Lemos nas Sagradas Escrituras, com relação ao sábado: "Tu, pois, falarás aos filhos de Israel e lhes dirás: Certamente, guardareis os meus sábados; pois é sinal entre mim e vós nas vossas gerações; para que saibais que eu sou o SENHOR, que vos santifica" (Êx 31.13). Portanto, Israel é o grande sinal dos tempos do fim para os gentios e para a Igreja!
O antigo pecado de Israel
Quais os objetivos de Israel para o futuro? Hoje a nação de Israel está sendo confrontada com seu antigo pecado, com o pecado que cometeu como nação. Há quase 3500 anos o povo de Israel já estava na Terra Prometida. Deus havia cumprido tudo o que prometera a eles com relação à entrada na terra, mas Israel recusou-se a ser o povo escolhido por Deus, negou-se a ser uma nação singular e diferente, e deixou de fazer Sua vontade.
Deus identificou a razão mais profunda dessa rejeição ao dizer que o povo de Israel simplesmente não queria que Deus o governasse. Eles rejeitaram abertamente as palavras de Deus ditas através de Moisés: "Porque sois povo santo ao SENHOR, vosso Deus, e o SENHOR vos escolheu de todos os povos que há sobre a face da terra, para lhe serdes seu povo próprio" (Dt 14.2). Que promessa tremenda! Israel deveria estar acima "...de todos os povos que há sobre a face da terra".
Através da História sabemos que muitas nações têm procurado sobrepor-se a todas as outras nações. Hoje isso é muito evidente nos Estados Unidos. Os americanos consideram que os EUA são uma nação especial. A maioria dos americanos reivindica que os Estados Unidos são a maior nação da história do mundo. Muitas nações antes deles cometeram o mesmo pecado, mas a poeira de suas ruínas testemunha contra elas.
Uma nação santa de cristãos
Quem somos nós cristãos? A resposta está em 1 Pedro 2.9: "Vós, porém, sois raça eleita, sacerdócio real, nação santa, povo de propriedade exclusiva de Deus, a fim de proclamardes as virtudes daquele que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz". Nós, a Igreja de Jesus Cristo, também somos um povo eleito. Somos uma geração escolhida. Somos uma nação santa. Mas essa nação santa não pode ser comparada ou identificada com quaisquer nações políticas, como os Estados Unidos, o Canadá, a França, a Inglaterra, a China ou outra nação do mundo. Essa nação santa habita entre as nações do mundo, e cada membro dessa nação santa é conhecido pessoalmente pelo próprio Senhor.
Tudo indica que essa nação santa está prestes a se completar, e quando isso acontecer, quando o último dos gentios for agregado à Igreja, seremos arrebatados pelo nosso Senhor, para estarmos em Sua presença por toda a eternidade!
O clamor de Israel por um rei
O anseio rebelde de Israel em tempos antigos, ao pedir um rei ao profeta Samuel para ser "como as outras nações" (veja 1 Sm 8.5-7), não desapareceu simplesmente. Ao contrário, ele atingiu seu clímax 1000 anos mais tarde. Em João 19.15 está escrito: "...Não temos rei, senão César!" Todo o peso da afirmação dos antepassados, refletindo o desejo de serem parte da família das nações, de serem como qualquer outro povo, atingiu, então, a realização: "...Não temos rei, senão César!" Israel ainda será confrontado com essa afirmação quando as nações da terra se ajuntarem para batalhar contra Jerusalém!
Os passos de Israel rumo à paz
Parece que a única solução em relação à Terra Santa é seguir o rumo de uma paz negociada. Apesar dos confrontos com os palestinos, finalmente não restará outra alternativa. A possibilidade do aumento de comércio através das fronteiras dos países é muito tentadora, e não há dúvida de que a economia de Israel continuará a crescer fortemente.
Essas expectativas positivas jamais mudarão a Palavra Profética. Jesus disse: "Eu vim em nome de meu Pai, e não me recebeis; se outro vier em seu próprio nome, certamente, o recebereis" (Jo 5.43). Israel está a caminho de se tornar parte integrante do último império gentílico do mundo e aceitará o anticristo.
Apenas quando compreendemos esses acontecimentos pelo prisma espiritual, podemos começar a entender o que está ocorrendo no mundo político, econômico e religioso. Com isso em mente, iremos compreender melhor o desenrolar dos eventos políticos no mundo de hoje. Se não tivermos conhecimento dos resultados finais, poderemos ser facilmente levados pelo entusiasmo da falsa paz que será anunciada.
O anticristo: o mestre do engano
Quando a Palavra de Deus identifica a obra do anticristo, lemos em 2 Tessalonicenses 2.7-11: "Com efeito, o mistério da iniqüidade já opera e aguarda somente que seja afastado aquele que agora o detém; então, será, de fato, revelado o iníquo, a quem o Senhor Jesus matará com o sopro de sua boca e o destruirá pela manifestação de sua vinda. Ora, o aparecimento do iníquo é segundo a eficácia de Satanás, com todo poder, e sinais, e prodígios da mentira, e com todo engano de injustiça aos que perecem, porque não acolheram o amor da verdade para serem salvos. É por este motivo, pois, que Deus lhes manda a operação do erro, para darem crédito à mentira".
Esse texto bíblico deixa dois pontos bastante claros: primeiro, a obra do anticristo será bem-sucedida através do engano e, segundo, a rejeição à oferta do amor de Deus (Jo 3.16) é o motivo pelo qual as pessoas crerão numa mentira.
Por essa razão, mais do que nunca devemos gravar em nossas mentes e em nossos corações aquilo que o Senhor Jesus ensinou a Seus discípulos: "É como um homem que, ausentando-se do país, deixa a sua casa, dá autoridade aos seus servos, a cada um a sua obrigação, e ao porteiro ordena que vigie. Vigiai, pois, porque não sabeis quando virá o dono da casa: se à tarde, se à meia-noite, se ao cantar do galo, se pela manhã; para que, vindo ele inesperadamente, não vos ache dormindo. O que, porém, vos digo, digo a todos: vigiai!" (Mc 13.34-47). (Arno Froese - http://www.chamada.com.br)